Match Point, de Woody Allen, é o melhor filme de 2006. Em reprise na já tradicional e eclética Mostra de melhores do ano, em cartaz nessa semana no Cinesesc, o filme faz uma abordagem bastante precisa de temas contemporâneos por excelência.
Allen reconhece o jogo entre a imprevisibilidade e o acaso mostrando que, na verdade, não temos quase nenhum controle das nossas vidas, ao mesmo tempo convida a uma crítica ao relativismo ético a partir da dualidade sórdida de seu herói/vilão, levando o público – ou parte dele – a aceitar passivamente a cumplicidade em um crime indesculpável, no desespero de ver sua aflição resolvida.
Allen, nessa altura do campeonato, provoca: mas afinal, de que lado você está?