Não há dúvida de que Sarah Palin virou a personagem das convenções partidárias. Essas convenções lembram os eventos de Herbalife ou Amway. Uma histeria coletiva onde juízo e auto-crítica ficam em casa. Há uma evidente diferença nas vestimentas e feições dos partícipes democratas e republicanos. Mas os trejeitos são os mesmos, não se engane.
Quanto a Palin, ela não discursou, fez uma estréia. E, como um jogador contratado pela nova equipe, marcou gols no primeiro jogo. Seu carisma de mulher brava do interior suplanta o de McCain, cuja a voz é insossa e o discurso instável. Não disse nada de substancial, não é especialmente uma grande oradora. Mas o sarcasmo, o risinho de canto de boca, a ironia jocosa conquistaram a platéia republicana. Ela arrebentou. O problema é que, em algum momento, vai ter que baixar o facho. A eleição é Obama contra McCain e não contra Palin. Aos democratas resta deixá-la meio de lado, ignnorar seus ataques e centrar fogo no candidato real. Os republicanos, que pariram Palin numa jogada esperta, diga-se, vão ter que embalá-la.
PS. A cena da convenção foi a filhinha da candidata lambendo os dedos para arrumar o cabelo do garotinho. Se compararmos com a imagem de Paul Wolfwovitz chupando o pente para acertar sua cabelera neo-com, é uma evolução.