Dia do Índio

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16 de abril tirei a manhã para um passeio em Bertioga, na Festa Nacional do Índio. Encontros como esse se espalham por todo o Brasil. Duas dezenas de etnias devidamente caracterizadas, palestras, danças, venda de artesanato.

Há uma certa uniformização nos discursos de auto-preservação cultural. Ouve-se entre os índios Pataxós ou os tocadores de Carimbó no Pará um mantra uníssono sobre resgate de valores, que reproduz um discurso saído de ONGs ou de teses acadêmicas. Em si não é algo negativo. Mas a preservação cultural independe do fetichismo do “índio vestido de índio” ainda que eles estejam lindos assim.

A chave da preservação cultural é transformar para fortalecer. Abrir-se às mudanças sem perder valores fundamentais é uma sofisticação na evolução da espécie a qual os índios têm direito. Pouco importa se ainda moram em ocas, se construíram um conjunto habitacional na aldeia, se se movem de carro ou tem conta no banco. Importa que permançam índios, preservem a língua e construam a memória ética e estética de seu aparato cultural. Mesmo de terno e gravata.
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Um Kraho me pergunta se eu conheço o Rogério Azenha. Digo que não e pergunto da onde eu deveria conhecê-lo. “Você não é de São Paulo? Então, ele também.”

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