Cão sem dono

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O filme de Beto Brant e Renato Ciasca é pausado como um cigarro. Fade in, fade out, a cada cena, um trago da história. Brant tem uma filmografia consistente. Propôs um narrativa autoral ousada. Não pela história, um tanto banal, mas pela cadência intimista e pelo realismo apolítico do excelente trabalho dos atores. É um filme delicado e tem saídas inusitadas. A razão pela qual Marcela, interpretada por Taina Müller, linda diga-se, interrompe seu relacionamento e o desfecho surpreendente para um filme como esse tornam tudo mais envolvente e interessante. “Cão sem Dono” vai dividir o público e deve fazer uma boa carreira em festivais alternativos. Vá ver.
Se “Quando Meus Pais Saíram de Férias” conversa com um modelo argentino e “O Cheiro do Ralo”, com Tarantino e seus inúmeros filhotes, “Não por Acaso”, de Phillippe Barcinski, e “Cão Sem Dono” revelam algo mais genuíno pairando sob o cinema nacional.