Cada um com seus problemas

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O jato Bombardier da China Eastern deixa o aeroporto de Kuinming. Um exemplar do dia anterior do China Daily informa que o governo deciciu iniciar um processo de redução de exportações e incentivo as importações. É uma resposta à pressão de seus principais parceiros comercias pela valorização do Yuan. Em 2006, o superávit chinês alcançou US$177,5 bilhões. No atual ritmo alcançaria US$300 bilhões em 2007. Na percepção dos líderes chineses a bonança econômica poderia trazer problemas políticos.

Assim, o governo chinês passa tratar esse problema como oportunidade para reorganizar determinados setores de sua economia. Indústrias de alto consumo de energia e de produtos de baixo valor agregado vão aguardar na fila de benefícios ao exportador. E passam a integrar a fila de beneficiários de politicas reestruturantes para seu modelo de negócios, além de facilidades compensatórias no acesso ao mercado interno. Regiões pouco desenvolvidas da China, como o oeste, continuarão recebendo incentivos às exportações. Paralelamente setores de energia, de recursos de alta tecnologia e de bens de capital poderão ter suas importações facilitadas.

Da mesma maneira, os chineses tem uma ótica bastante particular no trato do chamado Investimento Estrangeiro Direto (IED). Em 2006, o volume de IED em território chinês alcançou US$63 bilhões. As 280.000 empresas estrangeiras atuando na China são responsáveis por 27% da produção industrial e 57% das exportações. Empregam 10% da mão de obra.

O governo chinês debate igualmente mecanismos para controle e usufruto do IED sem comprometimento da autonomia economica do país, tampouco sem perder oportunidades que esse tipo de financiamento oferece às necessidades urgentes de ampliação e melhoria da infra-estrutura e da capacidade produtiva chinesas.

Um pensamento estratégico de longo prazo vem balizando a gestão economica da China. A grandeza histórica dessa civilização atropela dogmas econômicos à esquerda e à direita. Parece-me que há aqui, mais do que falta de democracia, uma ditadura do interesse nacional.