A revista New Yorker promoveu, e publica em seu site, um ciclo de palestras sobre as visões de futuro próximo, mais precisamente 2012. Com uma conexão rápida dá para assistir os videos das conferências sem atropelos.
Na abertura do evento Malcolm Gladwell, conhecido aqui no Brasil pelo ensaio tênue entre a auto-ajuda e ciência de “Blink, a decisão num piscar de olhos”, fala sobre o conceito de “gênio” e a capacidade resolver problemas modernos. Para ele, a genialidade moderna é fruto do trabalho árduo – 10.000 horas de trabalho no mínimo – e colaborativo. Ou seja, vale mais 12 pessoas inteligentes e bem preparadas compartilhando informações que uma cabeça genial pensando isoladamente, mesmo se uma maçã cair sobre ela.
Em outro vídeo, David Remnick, o afamado editor da New Yorker, ganhador do Pulitzer, simpático e preciso, entrevista o prefeito de Newark, Cory Broker. Broker de 39 anos, ganhou fama desafiando um velho cacique da política local, numa campanha bem documentada no filme “Street Fight”, um thriller político de boa cepa. Cheio de diplomas e reconhecimentos acadêmicos, sua fala é entusiasmada e direta. Defende Barak Obama com paixão e conta sua trajetória fulgurante, batendo de casa em casa na busca do eleitor. Pessoalmente é mais carismático que Obama, deve se tornar a próxima grande liderança negra dos EUA. A comparação desses novos líderes com os próceres da velha guarda afro-americana, digamos Luther King ou Jesse Jackson, mostra um novo perfil de liderança. Obama e Broker não são pastores, aproximam-se mais do ideal da elite branca americana. Bem formados, cultos, elegantes e poderosos. Claro, à exceção de suas peles, indubitavelmente negras.