Daí a perícia concluiu que as maletas da ABIN não escutam telefonia digital, só analógica. Isso significa que a agência de inteligência brasileira está habilitada a fazer apenas escutas em telefones mais antigos. Aqueles de disco, talvez. A velha máxima persiste. No Brasil, cadeia é para pobre. Se a agência de inteligência não tem equipamentos capazes de detectar conversas, legalmente espero, de telefones digitais, as grandes investigações contra o crime organizado devem ser feitas em telefones analógicos. Quem tem esse tipo de telefone no Brasil? Talvez um traficante pé-de-chinelo na fronteira do Paraguai. Ou, quem sabe, um orelhão de assentamento de beira de estrada. Isso sim é que inteligência.
Eu fui praticamente obrigado a mudar a tecnologia do celular. A mocinha do telemarketing não me informou sobre essa vantagem. É praticamente um adicional no serviço. Além de ligações mais rápidas e do maior alcance territorial, fiquei livre das maletas da ABIN. No momento, estou sem assuntos sigilosos.