Tenho uma certa implicância com tratamentos suaves para temas complexos. Gravidez adolescente é um problema sério demais para ser tolerado “se a pessoa tiver uma boa cabeça”. Há por aí uma ideologia de MTV. Tudo pode se for bem resolvido na cabecinha do adolescente. Se acontecer em comunhão com os pais, melhor. Uma situação artificial demais essa, corroborada pelas falas da Juno. A menina é linda, boa atriz, simpática e carismática. Mas, não contive o trocadilho imbecil, Juno é um gênio. Ela não solta uma palavra fora do lugar, suas assertivas são interessantes, seu humor é ácido na medida. A moça ainda tem um bom coração e gosta de rock. Por fim, termina com o bom mocinho. Vá¡ lá¡ é uma fábula, mas a máxima transgressão de Juno é dirigir um trambolho na neve, até Dumbo arrisca-se mais. Por outro lado, Juno é uma versão amenizada do relativismo dos tempos que correm. Tudo pode, tudo é relativo, tudo pode mudar. No fundo, a aparente maturidade de Juno e da geração que ela representa, esconde uma das faces do novo conservadorismo.
Em tempo: bati os olhos no Google para ver se alguém mais teve a infeliz idéia do título desse post. Me surpreendi com o significado oferecido pelo Wikipédia, guardadas as devidas precauções. Colo aqui.
“Na Mitologia romana, cada homem tinha um gênio e cada mulher uma juno (que também era o nome da rainha dos deuses).
Originalmente, o gênio/juno eram ancestrais que zelavam por seus descendentes. Com o passar do tempo, eles se transformaram em espÃritos guardiões pessoais, concedendo intelecto e grande talento. Sacrifícios eram feitos para o gênio/juno de cada pessoa, na data do aniversário dela.
A juno era venerada sob muitos títulos:
- Iugalis – protegia o matrimônio
- Matronalis – protegia as mulheres casadas
- Pronuba – protegia as noivas
- Virginalis – protegia a virgindade
Em acréscimo a cada gênio/juno individual, regiões, famílias, domésticos e cidades tinham gênios. O gênio do povo romano era um jovem alado, nu. Os genii dedicados a lugares eram usualmente representados como serpentes.”
A ultra-simpática trilha de Juno oferece mais uma pérola do “folque cabecinha boa” Anyone Else But You Anyone Else But You dos The Moldy Peaches.