Recebi um email sobre um certo Jay Greenberg, assim chamado o “novo Mozart”. Não li a mensagem até o fim, fiz uma busca na internet. As referências a Greenberg invariavelmente levam a comparações com Mozart, Mendelssohn ou Saint-Saens.
Há um certo sebastianismo nessa história. A expectativa da chegada de um “novo Pelé”, dos “novos Beatles”, o “novo sei lá mais quem” é impregnada de um saudosismo meio bocó. Mas é assim igual, mundo afora.
Na página da SonyBMG, surge um rapazote com espinhas na cara. Aos 3, desenhou um violoncelo para pedir aos pais. Tocou de primeira. Aos 10, foi admitido na Julliard School. Aos 12, já havia escrito cinco sinfonias. E por aí vai.
Seu talento musical fica a conferir. Ouvi trechos da 5º Sinfonia. Variada, tem alguma complexidade e dá uma boa conversa com a música moderna.
É um fenômeno interessante. Se vai durar 200 anos, é outra história. É certo que a genialidade de Mozart também despertava curiosidade. Era visto como uma aberração, meio freak-show. Mas não teve psicólogos e jornalistas debatendo sua condição de gênio no “60 Minutes”. Talvez essa tenha sido sua sorte. Viveu rápido e morreu jovem.