Brasil, o campeão

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Ainda que seja um esporte coletivo, o futebol brasileiro é feito de conquistas individuais. Esses brasileiros que entram em campo favoritos, são vencedores apesar do país onde nasceram. Amassaram muito barro, para ficar no bordão político do momento, até se instalarem em suas mansões européias. Definitivamente, este não é um país afeito a conquistas coletivas.

Puxando pela memória, não consigo me lembrar de nenhuma atividade em que o Brasil tenha relevância que não sejam conquistas meramente individuais. É um indicador da falta completa de um sentido de comunidade. Em períodos da Copa, o país é tomado por esse espiríto de brasilidade, de união nacional, que nada tem a ver com a realidade. Mesmo o carnaval, onde louva-se o espiríto do Brasil festeiro, não passa de jogo de cena. Aqui ninguém é de ninguém.

Quando um cidadão brasileiro foi sequestrado no Iraque, a imprensa bem que tentou construir uma história, gerar algum tipo de comoção, quem sabe um especial de domingo. Nada. Prevaleceu o “antes ele do que eu” e o assunto morreu.
Na outra ponta, o grande arquiteto Oscar Niemeyer, talvez o único brasileiro que será conhecido no próximo milênio, quando as ruínas de Brasília forem um belo sítio arqueológico é um porta-voz de sua própria genialidade. Vá la, as montanhas e mulheres do Brasil o inspiraram, mas ele é um feito individual, não representa uma escola de arquitetura, muito pelo contrário, não são poucos os momentos em que o esporte nacional é descer o sarrafo no excesso de concreto que ele usa.

Como de resto é um esporte nacional descer o sarrafo em brasileiros bem sucedidos. Ou seja, além de sermos incapazes de organizadamente produzir um coletivo criativo, somos ótimos em criticar quem se destaca.

Bom, de resto, acho que hoje, contra a Croácia, a rapaziada leva. 2×1.