A estrela da passagem da orquestra Gustav Mahler Jugendorchester por São Paulo foi Thomas Hampson. O repertório do barítono norte-americano inclui grandes obras-primas como Don Giovanni, O Barbeiro de Sevilha e La Traviatta (algumas das peças favoritas do mordomo dos Moreira Salles).
Hampson tem o physique du role. Se o encontrasse numa padaria arriscaria: “aquele que vai ali, veja só, é baritono!”. Acompanhado pela jovem orquestra vienense, interpretou uma série de canções de Mahler à perfeição. A primeira delas, “Ich ging mit lust durch einen grünem wald” traduz-se por “eu ia alegremente por uma verde floresta”. Ele tão bom que, mesmo cantarolando coisas como essa, mantém o tal physique du role.
Mas eu quero mesmo é falar da fantástica orquestra jovem Gustav Mahler. Fundanda em 1986 por Claudio Abbado , é formada por músicos de até 26 anos, vindos dos mais diversos países e reconhecida como celeiro de grandes instrumentistas.
Nessa última terça-feira, acachaparam o público com uma fenomenal interpretação da “Sagração da Primavera”, de Stravinsky. Os 126 garotas e garotos formam uma máquina sonora plenamente capaz de impulsionar as engenhosidades complexas da obra do compositor russo. Nunca tinha visto “A Sagração” ao vivo. É uma obra grande demais para se ouvir num aparelho de som. E a Sala São Paulo ficou plena com a sagração dos jovens de Viena.
Veja no link abaixo um trecho da montagem de “A Sagração” com a Pina Bausch’s Wuppertal Tanztheater.
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