A Índia é uma profusão de personagens. Obervando a multidão circulando nas ruas, aos poucos se pode reconhecer as castas, religiões e classes sociais que compõe a diversidade indiana. Homens de túnica branca e chapéu de marinheiro. Mulheres de burca negra. Homens de camisa xadrez e calça social. Crianças de uniforme escolar. Mulheres de sari. Homens de toga. Mulheres e crianças em trapos. Gente nua. Regradas por subjetividades, as vestimentas enquadram o indivíduo para o mundo exterior. Com um pouco de tempo, também se pode reconhecer os traços subjetivos de cada etnia nos rostos e corpos espremidos nos trens. E, claro, as consequências de se pertencer a cada grupo.
Mas os grandes personagens da paisagem na India de hoje são os líderes da chamada “Corporate India”. Sobrenomes como Tata, Mittal, Birla e Ambani entraram no imaginário dos indianos como novos marajás. Esses quatro grupos detém algo como 15% do valor somado de todas as empresas indianas e um terço da riqueza entre os cerca de 400 bilionários indianos, com negócios nas áreas de energia, automóveis, telecom, IT, bancos e varejo.
Ratan Tata, o magnata herdeiro da holding Tata & Sons está presente por toda a Índia. É virtualmente impossível abrir um negócio no sub-continente sem encontrá-lo pelo caminho. Num movimento bastante coordenado do empresariado indiano em geral, agora ele quer ganhar o mundo.
Numa acirrada disputa com a CSN, que colocou o Brasil e Benjamin Steinbruch em evidência na imprensa local, ele comprou a Corus, maior metalúrgica britânica. Na mesma semana, durante uma feira de aeronáutica em Bangalore, enquanto os hábeis pilotos da Força Aérea indiana se refastelavam nos cockpits da nova frota de MIGs35 comprada pelo governo (126 aeronaves), Ratan subia num F18 Hornet dos concorrentes americanos para um giro pelos céus para seu próprio divertimento. Em frente ao jato, deixou-se fotografar como um TopGun do mundo empresarial.
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