As Farc devem liberar três reféns numa complexa operação na fronteira entre a Colombia e a Venezuela. No centro do evento, Chavez vai tentar sua volta por cima depois da derrota no plebiscito. Será como aquele gol de empate, achado no final do primeiro tempo.
Chavez andava falastrão. Interrompia o primeiro-ministro espanhol, diga-se, falando algumas verdades. Aznar havia de fato legitimado o patético golpe televisivo na Venezuela. É direito o chefe de estado venezuelano reclamar formalmente essa postura. A conferência ibero-americana talvez não fosse o melhor palco para isso. Tampouco o “cala boca” do rei da espanha foi adequado. Dentro da chatice protocolar dessas cúpulas, o acontecido deu uma apimentada na relação. E ajudou Chavez a baixar um pouco a bola.
Nesse fim de semana, Chavez terá uma oportunidade para virar o jogo. Com um pouco de serenidade e respeito a família dos sequestrados, naturalmente vai ganhar a projeção que tanto almeja. Se tentar transformar a entrega dos reféns numa conquista pessoal vai fazer um contra. Um circo bolivariano nesse momento será um tiro no pé, próprio de quem anda com arma engatilhada no coldre.