No site da Trip, um artigo que deve ter sido publicado também na revista, do assim citado “nosso colunista e ex-presidiário” sobre a experiência de ser roubado. De saída, uma sentença me desceu um tanto torta. Imprimiu a revista: “Tchekhov, escritor e dramaturgo russo, dizia que: “Nada que é humano me é estranho””. Nos comentários já havia alguém, em tom de reprimenda, corrigindo a estranha a citação como sendo de Karl Marx, esse verdadeiro “profeta de Iena”, de quem minha citação preferida, “tudo que é sólido desmancha no ar”, foi indevidamente apropriada por Marshall Bermann para um título de livro.
Confesso que a frase resgatada pelo articulista me pareceu Dostoievsky. Mas não. O que me parecia Dostoievsky era “todas as famílias felizes se parecem, as infelizes não” e é Tolstói, na abertura de Anna Karenina. Diga-se, uma citação melhor e de certo modo tem a ver com o texto do colega.
Ok, uma batida de olhos no Google e li a tal citação proferida por Marx, Terêncio, Justino, Shakespeare, Voltaire… a essa altura do campeonato, deve ser de domínio público.
Isso me fez lembrar a quantidade de textos que já recebi atribuídos ao Veríssimo e, em menor escala, ao Jabor. Nunca entendi se pessoa escrevia algo, achava muito bom e dizia “nossa, isso poderia ter sido escrito pelo Veríssimo!” e sapecava na internet para conferir o resultado.
Ou o contrário, o cara escreve um besteira qualquer, cai na real e diz “porra, uma merda dessas só podia ser escrita pelo Jabor”. Aí, é só enviar.